A polivalência como estratégia para a transformação
- Sergio Führ
- 2 de set. de 2014
- 3 min de leitura

A cada dia é exigido de nossas empresas uma maior flexibilidade e agilidade de produção, uma variedade maior de produtos e lotes de produção menores. É um cenário que ocupa muitas lideranças e estratégias de empresas. É claro que neste desafio não existe espaço para maiores custos ou menor nível de qualidade.
Como ser competitivo com estas exigências?
Nas nossas empresas, procuramos recrutar e treinar capacidades e habilidades em toda a equipe. Estas competências devem servir para alcançar as metas de qualidade, produtividade, custos evitando os desperdícios e o processamento da produção com a menor perda possível. Os setores de apoio à produção exercem seu papel com a mesma lógica.
Mas o ambiente do mercado está em constante mudança. Estas mudanças exigem uma flexibilidade de produção cada vez maior. Os processos otimizados e estabilizados agora precisam ser alterados, com variantes dos produtos, com lotes menores, com alterações de fluxo produtivo. O equilíbrio conquistado a duras penas e os aprendizados coletivos realizados até agora estão em questão.
As linhas de produção rígidas já são inadequadas, as máquinas produtivas pouco versáteis. Cada vez mais necessitamos de equipamentos que sejam flexíveis e com capacidade de executar mais de um tipo de produto ou sua variante. Os setups devem ser cada vez rápidos e eficientes. Os kits de troca rápida são altamente necessários.
E a equipe? As pessoas continuam agindo de forma rígida e em uma única especialidade? E sua saturação, ora em alta ora em baixa conforme as variações de exigência de produção?
A polivalência alavanca a flexibilidade e a agilidade sem impactar nos custos.
É muito benéfico que cada funcionário conheça um pouco das atividades de outras funções próximas, dentro do seu fluxo produtivo. Este conhecimento ajuda a entregar o produto de forma mais completa e perfeita para a próxima atividade dentro do fluxo de valor.
Por exemplo: inspeção e controle de qualidade imediato no posto de trabalho, preparação de máquina ou linha de produção para o setup rápido, ajuda a identificação de necessidade de manutenção (inspeção) feitos pelos operadores. Identificação, motivação e implementação de treinamentos feito pelos supervisores aos seus comandados. Operadores modelares dando treinamentos aos colegas como benchmarkinginterno. As variações de programas de produção sendo feitas diretamente pelas equipes de produção.
A busca da polivalência também é uma forma de oportunizar a capacitação para cobrir ausências e férias em funções variadas.
O treinamento e aprendizado consistente é demorado, mas valioso. Este conhecimento ajuda a reduzir saturações momentâneas e em situações especiais. Este deslocamento parcial em atividades específicas prepara a empresa para situações futuras, quando serão necessárias mais pessoas na função saturada. Pense na ajuda que a equipe de engenharia pode dar na assistência técnica e o quanto este conhecimento do campo pode auxiliar a própria engenharia.
Outro efeito da polivalência é a colaboração. As atribuições rígidas afastam os que não a conhecem, e todos ficam “no seu quadrado”. O aprendizado e a diversificação de conhecimentos tornam possível o auxílio nas atividades e no espírito de equipe. A motivação é maior com esta colaboração, com as necessidades sendo melhor atendidas com a ajuda dos demais.
A identificação de melhorias possíveis é mais frequente com equipes polivalentes do que mentes e funções rígidas. Conhecimentos diversificados facilitam a identificação de oportunidades.
Em alguns casos a polivalência identifica talentos e potenciais para outras áreas em definitivo. Nem sempre um funcionário está alocado na área de seu maior potencial, ele pode estar naquela posição porque era a vaga disponível quando contratado.
Investir em polivalência é rentável e motivante para todos os envolvidos.
Agosto de 2014
Sergio Führ
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