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O QUE É TAJ?


Em um primeiro momento poderá o leitor ou leitora, pensar em se tratar de um texto romântico e lembrar do famoso templo erguido na Índia, o Taj Mahal, feito em 1653 pelo imperador Shah Jahan, em memória de sua esposa favorita a quem chamava de Muntaz Mahal, a “jóia do palácio”… por causa dele, o Taj Mahal é conhecido como a maior prova de amor do mundo.

Mas não, infelizmente não… aqui TAJ são as iniciais de “Tecnologia de Aperto de Juntas” e é oportuno já esclarecer que junta não é apenas aquela peça de vedação, mas a união desmontável de dois ou mais componentes por um elemento de fixação, nesse caso os parafusos e porcas, ou seja, todo conjunto montado existente nos milhares de produtos que utilizamos.

É um assunto quase, ou mais antigo, que o CEP de Deming, mas infelizmente desconhecido por grande parte dos fabricantes de produtos que contém aperto de parafusos. O que é preciso saber, é que o conhecimento de uma junta rigidamente fixada por parafusos está claramente definido na capacidade que se tem em responder três perguntas básicas: qual é a força, como obter a força e como manter a força? O completo domínio dessas três variáveis foi perseguido nos últimos 100 anos. Mas foi somente após a Segunda Guerra, e principalmente após a segunda metade dos anos 60, que um grande desenvolvimento se realizou nessa área, e continua evoluindo.

Em se tratando de aplicação de força num conjunto montado, sabemos que a forma de controle é o torque, que na verdade é uma forma indireta de se medir a força. E isso é fácil perceber, pois quando estamos falando de unidade de força, temos N (newton) ou L (libra) por exemplo, no entanto as unidades de torque se apresentam como Nm (newtons.metros) ou Lbpé (libras.pés). E aqui quebramos nosso primeiro paradigma: torque não interessa, o que importa é a força de união! É ela que criará um atrito sob a cabeça do parafuso (ou porca) e evitará que o parafuso se solte. Portanto o torque é apenas um indicador.

Então por que aplicar e medir torque? Aplicamos ou medimos torque porque simplesmente é difícil aplicar e medir força de união diretamente na montagem.

Dito isto, nos vem a questão “Ok, então o que pode dar errado?”. Obviamente três coisas podem acontecer, apertar demais, apertar de menos ou simplesmente não apertar. Por esquecimento de aplicar o torque ou até por esquecimento de colocar o parafuso no conjunto! As consequências dessas falhas vão desde retrabalhos internos na fábrica, devido a soltura de peças, quebras de componentes e falhas nos testes, passando por roscas espanadas, peças soltas no campo com parada de funcionamento do produto e até riscos de acidentes com usuários e operadores. O resumo da ópera é um só: custos desnecessários e clientes muito insatisfeitos. Por que correr esse risco?

E é aí que começamos a observar os conceitos e tecnologias utilizadas nas indústrias hoje. Muitas linhas de montagem ainda utilizam ferramentas obsoletas que sequer controlam torque ou outras que aparentam controlar, mas que possuem uma variação tão grande, como chaves de impacto, por exemplo, que não garantem a qualidade do aperto no produto. Se você não está familiarizado com o nome dessa ferramenta, são aquelas pistolas usadas em borracharia pra soltar os pneus.

O que acontece na maior parte das vezes, é que as engenharias de produto, desenvolvem projetos robustos afim de suplantar a falta ou excessivas variações de controle de aperto, onerando assim seus produtos.

No entanto, isso não significa que você tem que sair trocando todas as ferramentas da sua fábrica. O ideal é aplicar conceitos e metodologias de análise de produto e processo, como o FMEA, por exemplo, e identificar quais juntas são críticas no seu produto. Feito isso, você poderá decidir onde aplicar tecnologias melhores de controle de aperto nos processos. Não existe ferramenta ruim, existe sim ferramenta mal aplicada, onde esperamos que ela faça algo pelo qual ela não foi projetada para fazer! E o resultado são as falhas que mencionamos anteriormente.

Então há tecnologia desenvolvida para evitar até que um parafuso seja esquecido? Sim, para cada situação de falha que mencionamos, já existe tecnologia capaz de entregar o seu produto no final da linha, a prova de erro. É preciso conhecê-las e verificar onde são necessárias. O nível de investimento vai depender do tamanho da dor de cabeça que você vai querer evitar.

Para isso, você terá que ter critérios de decisão de qual tipo de ferramenta irá adquirir, se por preço ou por valor! Mas isso é tema para outro artigo.

Outubro/2014

Cleberson Morocini

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